sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Amigo Vazio.


Solidão solitária, Isolamento moral, interiorização: a solidão do espírito e da alma.

Um inexplicável sentimento que faz me sentir desprevenida de qualquer emoção ou reação.

Vez enquanto construtor de uma alusão pertinente consagrada como um monstro fabuloso, mitológico com cabeça de leão, corpo de cabra e cauda de serpente. Uma figura fantástica com nome e sobrenome chamada de quimeras.

Assim estou eu!

Sem a lua, sem o sol, sem o mar e sem a terra.

Dona de nada, mas consciente de que tudo existe, mas que não está em meu alcance, fugindo do controle da vida.

E a vida?

Quem será essa senhora que chega num espaço de tempo compreendido entre o nascimento e a morte. Carregando consigo tragédias repletas de decepções, amor e ódio.

Ódio esse que completa seu ciclo com profunda inimizade a outrem, uma aversão instintiva e sem conexão para o caminho do bem.

Um bem de maneira boa para se mostrar alheio as dores do seu semelhante.

Então me mostrem a felicidade que tanto ouvi falar, dizem que é uma senhora aventureira, mas nunca a vi praticando esportes radicais, nem cantarolando no banheiro.

Só vejo um vazio, um amigo insistente que me persegue, e que é perseverante.

Amigo vazio que nada fala nada ouve, e nada faz; que me faz carecer de vivacidade dentro dessa cidade imensa, mas que se torna tão pequena que nem me faz comprimir de maneira espontânea, mas forçadamente.

O que dizer quando não se tem nada mais a falar, nenhum segredo guardado no peito para expressar, tampouco para sentir.

Uma alma sem ocupantes desabitada pelo desprezo da vida.

Abandonada e sem vida.

Amigo vazio, sem substantivos, sem ação, sem nome particular, sem nada!

Sem ideias e sem fantasiar o imaginário que supera o real da vida.

Resumo de tudo isso é a falta de ideia que perdeu a memória diante dos tropeços da vida que mesmo sem existência tem que ser vivida.

Loba.

 

 

 

 

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Quem sabe escrever, Sabe!

Num momento de descontração, o grande poeta Carlos Drumond de Andrade escreveu:




"Satânico é meu pensamento a teu respeito e ardente é o meu desejo de apertar-te em minhas mãos, numa sede de vingança incontestável pelo que me fizeste ontem.

A noite era quente e calma e eu estava em minha cama, quando, sorrateiramente, te aproximaste.

Encostaste o teu corpo sem roupa no meu corpo nu, sem o mínimo pudor! Percebendo minha aparente indiferença, aconchegaste-te a mim e mordeste-me sem escrúpulos.

Até nos mais íntimos lugares.

Eu adormeci.

Hoje quando acordei, procurei-te numa ânsia ardente, mas em vão.

Deixaste em meu corpo e no lençol provas irrefutáveis do que entre nós

ocorreu durante a noite.

Esta noite recolho-me mais cedo, para na mesma cama te esperar...

Quando chegares quero te agarrar com avidez e força.

Quero te apertar com todas as forças de minhas mãos.

Só descansarei quando vir sair o sangue quente do seu corpo..

Só assim, livrar-me-ei de ti......



Pernilongo Filho da Puta...