Após o
jantar, elas foram dar uma volta a pé nos arredores da fazenda, estava uma
noite linda, a lua convidava para sonhar. Sentaram-se no tronco de uma árvore
seca, e ficaram quietas por alguns instantes, foi então que Vanessa resolveu
dizer algo enquanto olhava a lua.
- Está uma noite maravilhosa, as
estrelas do céu nos dão graça dos seus brilhos, e os encantos dos sonhos.
- Você parece que é muito romântica.
- Eu adoro a lua! Após uma pequena
pausa. A vida só tem graça quando estamos apaixonados, seja esse amor pelo céu,
pelo mar, pela lua e pela terra, sem esse sentimento incomodando dentro do
peito, nada somos nada seremos! É bom ouvir o silvo das serpentes entoando em
nossos ouvidos para nos facilitar a distinguir a falta de afinação que tem dois
corações em desencontros.
Vera calou-se por uns instantes,
pensou na magia de se ter alguém ao seu lado lhe dizendo coisas bonitas, pois,
de todas as suas namoradas, nenhuma delas eram românticas, queria saber o gosto
que tinha alguém lhe sussurrando em seus ouvidos, imaginou como seria se
Vanessa fosse a sua namorada, talvez todas as noites, por mais sombria que
fosse ela a tornaria clara e cheia de alegria, repleta de encantos, dentro do
céu dos apaixonados.
Vanessa realmente era muito
romântica, talvez a última das românticas, sempre tinha uma palavra bonita para
dizer a alguém, estava sempre de bem com a vida, apesar de seu temperamento
explosivo quando alguém a provoca.
- Acho que eu fui uma feiticeira em
outras vidas! Disse rindo.
Mas não uma
feiticeira voltada para o mal, eu sei que fui, e que não soube usar de minha
magia para encantar a pessoa que eu amava. Por essa razão, tento arrancar uma
confissão da lua, para saber se fez mal a alguém em tempos remotos. Quero
resgatar o meu passado e ser feliz.
- Você não é feliz? Quis saber Vera
cheia de curiosidade.
- Não propriamente! Estou em busca
da minha alma gêmea! Acho até que a procuro por várias vidas.
- Você acredita em vidas passadas?
- Acredito!
Tanto que, eu tenho certeza de que estou bem próxima de encontrar-me com a
minha outra metade.
- Posso te fazer uma pergunta?
- Claro que
pode!
- Aquele
rapaz que estava em sua casa à primeira vez em que estive lá, é o seu namorado?
Perguntou com o coração apertado, com medo da resposta.
- Não! Ele
é o meu melhor amigo.
Ela sentiu
um alívio dentro do peito, ficaram até altas horas da madrugada conversando, a
empresária não queria mais que aquela noite acabasse, esqueceu-se até da dor
que sentira quando terminara com Luciene, na verdade, ela já nem existia mais
em sua mente. Quando foram dormir já estava quase amanhecendo.
Continua...
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