sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Felicidade tem prazo de validade.


            No dia em que antecedia sua partida, Vanessa teve no hospital visitando dona Carmem que respirava com a ajuda de aparelhos. Despediu-se, pois não a veria até a sua volta, depois foi para casa acompanhada de Vera e Rafaela, Roberval e Verônica passariam a noite com a enferma.
            Vanessa levou a pequena Rafa que dormia em seu colo para o quarto, ajeitou-a na cama dando um beijo de boa noite, apagou a luz e saiu.
            Em seu quarto, Vera que estava deitada na cama de bruços, chorava baixinho, ao vê-la entrar, tentou disfarçar sua tristeza, enxugou as lágrimas levantou e foi direto para o banheiro, abriu o chuveiro e entrou sob a água morna que caía como uma cachoeira sobre o seu corpo bronzeado.
            Vanessa entrou, e encostou-se perto da porta com os braços cruzados olhando-a sem nada dizer, Vera que estava de costa para a porta, sentindo sua presença, não teve coragem de encará-la.
Ficou ali parada tentando adivinhar o que estaria passando em sua cabeça naquele momento, esteve tão calada o dia inteiro, evitando olhar em seus olhos, fazendo-a sentir-se culpada por ela não poder acompanhá-la naquela viagem. E, pela primeira vez, desde que estavam juntas, fora tomar banho sozinha sem convidá-la para que a acompanhasse.
            Coçou a cabeça como se estivesse tentando arrancar alguma idéia, então ficou cabisbaixa, triste e pensativa. O coração batia acelerado, uma sensação estranha tomou conta do seu ser, sentiu-se agoniada, experimentou o gosto ruim de um possível desentendimento, um clima estranho entre elas pairava no ar, não sabia como lidar com aquela situação, pois não havia tido nenhuma briga que pudesse justificar aquela situação de desconforto.
            - Você não vai entrar? 
            Perguntou Vera que permanecia de costas.
            - Depois eu tomo banho.    
            Respondeu chateada com sua rispidez. Virou e quando ia saindo, fora agarrada por trás.
            - Desculpe-me amor, eu sou uma burra mesmo! Ninguém tem culpa de nada. Após uma pequena pausa pediu. Abraça-me forte.
            Vanessa que ainda estava vestida virou e abraçou-a com muita força apertando-a sobre seu corpo, depois fechou os olhos para sentir melhor as batidas do seu coração que golpeava o seu peito descompassado.
            - Diz que me ama!
       - Eu te amo!
            - Estou com muito medo, amor.
            - Medo do quê?

            - Medo de te perder!
Continua...       
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