segunda-feira, 17 de julho de 2017

Felicidade tem prazo de validade.

Elas se encontram debaixo d’água, Vanessa se levanta, só então é que, Vera se dá conta que ela estava em local não muito fundo, pois as águas estavam um pouco acima de sua cintura.
            - Por que demorou tanto, eu quase morri afogada.
            Percebendo a brincadeira, ela sorri, mas logo se cala ao ver os olhos da moça fixados nos seus, aproximam-se como se estivessem sendo impulsionadas pelas águas até estarem com seus corpos quase colados um no outro.
            - Me perdoe, eu não pretendia assustá-la.
            - Tudo bem! Falou baixinho.
            - Eu só estou querendo diverti-la. Gosto de vê-la sorrindo.
            - Eu estou me divertindo.
            - Deixe-me fazê-la feliz ao menos por um dia.
            - Você está me fazendo feliz!
            - Então feche os seus olhos e faça um pedido em pensamento que esta feiticeira aqui irá tentar adivinhar o que é.
            Vera obedeceu, fechou os olhos e Vanessa aproximou os seus lábios em direção aos dela e beijou-a mansamente, seus corpos estavam trêmulos, aos poucos foi se tocando até se tornarem um só corpo, abraçaram-se calorosamente num desejo insaciável que até as águas pareciam que estavam gostando, envolvendo-as como num redemoinho suave.
            Após um longo e sufocado beijo, elas retomam o fôlego, se olham procurando palavras para explicar aquele impulso.
            - Como você adivinhou o que eu estava pensando? Quis saber Vera, com a voz mansa e com o rosto ainda encostado no dela.
            - Eu também desejei a mesma coisa!
            - Esperei tanto por esse momento.
            - Foi a magia desse bosque encantador que nos uniu. Fez-me ver que você é a minha alma gêmea.
-Estou muito feliz por isso.
- Então aproveita, porque toda felicidade já vem com prazo de validade.
            - Acho que estamos ardendo em brasas! Sorriu.
            - Eu tenho certeza, sinto até o cheiro de queimado.
            Param por um instante, e procuram identificar aquele cheiro que se aproximava delas, de repente, se lembram de algo e falam juntas.
            - O peixe!
            Então nadam até a margem do rio e vão tentar salvar o almoço.
Continua...
Todos os direitos reservados à Loba Solitária.
Fundação BIBLIOTECA NACIONAL
MINISTÉRIO DA CULTURA
Rua da Imprensa, nº 16/Sala 1205 – Centro
Rio de Janeiro - RJ
Escritório de direitos Autorais.


Nenhum comentário:

Postar um comentário