quarta-feira, 26 de julho de 2017

Felicidade tem prazo de validade.

O BILHETE.
                                                                       Querida Vera,

            Desde o momento em que deixou a minha casa, tudo ficou tão triste, senti um vazio imenso invadir a alma, que quase naufraguei em minha ansiedade por ver-me só em meu quarto estreito e abafado.
            A cama pareceu-me tão grande que, custou-me uma eternidade para conseguir me acomodar em meu leito devastado e frio. Procurei tão logo pelo sono que havia partido em busca de outros corpos cansados e cheios de indolência.
Pude ver ao meu lado o travesseiro vazio que repousava sobre a tênue luz do abajur do criado mudo que nada me disse, numa dupla conspiração inanimada, apenas observavam a minha aflição por estar ali sozinha, sem você.
Procurei o seu cheiro em meu corpo, e ele ainda estava lá em cada um dos orifícios de minha pele, que ardia em chamas enquanto buscava-te em pensamentos numa aspiração carnal, consegui assim reviver cada instante que ao seu lado estive fazendo-me valer-se pela boa sorte.
            Por esse e por todos os outros motivos, entrego-te esta rosa que já está murcha em razão da saudade avassaladora em meu peito. Caso queira sentir ainda o seu perfume, ele está guardado dentro de minha alma, esperando que você apareça para sorver o seu aroma.
            Sem mais, vou ficando por aqui, à espera dos seus beijos e abraços, peço-te somente, não demore, pois estou a sua espera, olhando para o relógio que antecede as horas que me separam de você!
            Com carinho...

                                                           Vanessa.
Continua...
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