sexta-feira, 30 de junho de 2017

Felicidade tem prazo de validade.

Após o jantar, elas foram dar uma volta a pé nos arredores da fazenda, estava uma noite linda, a lua convidava para sonhar. Sentaram-se no tronco de uma árvore seca, e ficaram quietas por alguns instantes, foi então que Vanessa resolveu dizer algo enquanto olhava a lua.
            - Está uma noite maravilhosa, as estrelas do céu nos dão graça dos seus brilhos, e os encantos dos sonhos.
            - Você parece que é muito romântica.
            - Eu adoro a lua! Após uma pequena pausa. A vida só tem graça quando estamos apaixonados, seja esse amor pelo céu, pelo mar, pela lua e pela terra, sem esse sentimento incomodando dentro do peito, nada somos nada seremos! É bom ouvir o silvo das serpentes entoando em nossos ouvidos para nos facilitar a distinguir a falta de afinação que tem dois corações em desencontros.
            Vera calou-se por uns instantes, pensou na magia de se ter alguém ao seu lado lhe dizendo coisas bonitas, pois, de todas as suas namoradas, nenhuma delas eram românticas, queria saber o gosto que tinha alguém lhe sussurrando em seus ouvidos, imaginou como seria se Vanessa fosse a sua namorada, talvez todas as noites, por mais sombria que fosse ela a tornaria clara e cheia de alegria, repleta de encantos, dentro do céu dos apaixonados.
            Vanessa realmente era muito romântica, talvez a última das românticas, sempre tinha uma palavra bonita para dizer a alguém, estava sempre de bem com a vida, apesar de seu temperamento explosivo quando alguém a provoca.
            - Acho que eu fui uma feiticeira em outras vidas! Disse rindo.
Mas não uma feiticeira voltada para o mal, eu sei que fui, e que não soube usar de minha magia para encantar a pessoa que eu amava. Por essa razão, tento arrancar uma confissão da lua, para saber se fez mal a alguém em tempos remotos. Quero resgatar o meu passado e ser feliz.
            - Você não é feliz? Quis saber Vera cheia de curiosidade.
            - Não propriamente! Estou em busca da minha alma gêmea! Acho até que a procuro por várias vidas.
            - Você acredita em vidas passadas?
- Acredito! Tanto que, eu tenho certeza de que estou bem próxima de encontrar-me com a minha outra metade.
            - Posso te fazer uma pergunta?
- Claro que pode!
- Aquele rapaz que estava em sua casa à primeira vez em que estive lá, é o seu namorado? Perguntou com o coração apertado, com medo da resposta.
- Não! Ele é o meu melhor amigo.
Ela sentiu um alívio dentro do peito, ficaram até altas horas da madrugada conversando, a empresária não queria mais que aquela noite acabasse, esqueceu-se até da dor que sentira quando terminara com Luciene, na verdade, ela já nem existia mais em sua mente. Quando foram dormir já estava quase amanhecendo.
Continua...
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