Vanessa se
levanta, caminha pela sala passando as mãos na cabeça, como se estivesse
procurando arrancar alguma decisão de seu cérebro. Suspirou fundo, pensou,
pensou e não chegou a nenhuma decisão. Quando resolveu falar, o telefone toca e
ela pede licença para atender.
Enquanto falava ao telefone, as duas
mulheres ficaram em silêncio ouvindo toda a conversa. Vanessa conversava com um
cliente que procurava saber se ela havia terminado um trabalho que tinha
encomendado.
- Está quase pronto, respondeu ao
cliente, assim que eu o terminar levarei até o senhor, obrigada.
Ao desligar
o telefone, Sueli e Vera se levantam para ir embora.
- Gostaria que pensasse primeiro
antes de responder. Prometa que irá pensar? Quis saber Vera enquanto pega em
sua mão para se despedir.
- Está bem, eu prometo!
- Amanhã nós voltaremos para saber a
sua resposta. Falou Sueli quando deixou a casa junto com sua patroa.
Naquela
noite, Vanessa não conseguiu se concentrar nos ensaios com sua banda pediu
desculpas, e mandou-os continuarem sozinhos, depois foi para casa descansar.
Estava incomodada com alguma coisa
que não sabia o que era, rolou várias vezes na cama, não conseguia dormir. Sentiu
uma aflição dentro do peito, uma saudade de alguma coisa que não chegava à sua
lembrança.
Levantou e foi até a cozinha beber
água, estava com muita sede. Pensou na visita que Vera havia lhe feito, e não
estava acreditando que sua antiga patroa tinha lhe procurado somente para lhe
oferecer o seu emprego de volta.
Ela que sempre achou Vera uma mulher
muito distante dos seus funcionários, e que não se misturava aos mesmos,
estranhou aquela visita repentina.
Pensou em agarrar aquela
oportunidade única, pois não sabia se a sorte bateria outra vez em sua porta.
Mas pensou em Roberto, como seria trabalhar novamente ao seu lado depois de
tê-lo agredido fisicamente, não pretendia inclinar-se a ele.
Era realmente uma
situação muito difícil de resolver, mas também, ela precisava do emprego, teria
que deixar o orgulho de lado e ser humilde, afinal, a humildade era tudo o que
seus pais tentaram pregar a ela quando eram vivos.
Voltou a se
deitar, estava transpirando, nervosa sem motivos, talvez por emoção de que
alguém reconhecera que ela trabalhe bem, estava se sentindo valorizada, e ao
mesmo tempo com medo, e já era de madrugada quando conseguiu dormir.
Continua...
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