terça-feira, 6 de junho de 2017

Felicidade tem prazo de validade.

A DEMISSÃO.


            A semana começou um pouco agitada, Vera voltou da fazenda mais serena e com outras idéias, participou de uma reunião assessorada por Letícia, secretária de Sueli, já que tinha afastado a sua secretária e ex-namorada do cargo.
Logo depois mandou chamar Marcelo e Luciene em sua sala e pediu para que eles se demitissem, pois não fazia mais sentido os dois trabalharem na empresa depois de tudo o que havia acontecido. O rapaz que era branco estava com o rosto todo avermelhado, pensou que ela já havia esquecido o ocorrido, levantou-se de súbito, e pediu, quase implorando.
            - Por favor, Vera, eu preciso deste emprego, não me mande embora. Tenho dois filhos para criar.
            Apesar de magoada, era muito sentimental, principalmente quando se tratava de criança, pensou por alguns instantes, suspirou fundo, e falou:
            - Está bem, eu vou pensar. Agora pode ir.
            Os dois se levantam, mas Vera pede para que Luciene fique. Marcelo então deixa a sala aborrecido e preocupado.
            - O que você pretende com isso Vera?
            - Eu? Nada! Eu só acho que não faz mais sentido vocês trabalharem aqui comigo, na minha empresa!
            - Eu sei que você está magoada comigo, mas nós não tivemos culpa, aconteceu, estamos apaixonados! Eu não posso mandar no meu coração.
            - Tudo bem, eu até te entendo. Mas, se coloque no meu lugar, como você reagiria?
            - Vera, me perdoe se eu te magoei, mas eu tentei te dizer várias vezes que não estava apaixonada por você, mas você nunca quis me ouvir... Levantou e caminhou pela sala buscando palavras amenas para confortá-la e não perder o emprego. Eu não queria que acabasse assim dessa forma, eu fui covarde, mas estava esperando uma oportunidade para lhe contar tudo, acredite em mim. Vamos ao menos ser amigas, por favor!
            Diz aproximando-se dela, levando as mãos em direção dos seus cabelos, porém, Vera recusa seus carinhos.
            - É melhor você voltar para o seu serviço.
            - Tudo bem. Concorda sem graça. Ao menos prometa que vai voltar atrás em sua decisão?
            - Eu vou pensar! Agora me deixa sozinha que eu preciso trabalhar.
            Luciene sai da sala e fecha a porta, Vera debruça a cabeça sobre a mesa e chora baixinho toda a dor de um sentimento que estava se misturando a um novo que florescia como ódio dentro do seu coração.

Continua...
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