A DEMISSÃO.
A semana começou um pouco agitada,
Vera voltou da fazenda mais serena e com outras idéias, participou de uma
reunião assessorada por Letícia, secretária de Sueli, já que tinha afastado a
sua secretária e ex-namorada do cargo.
Logo depois
mandou chamar Marcelo e Luciene em sua sala e pediu para que eles se demitissem,
pois não fazia mais sentido os dois trabalharem na empresa depois de tudo o que
havia acontecido. O rapaz que era branco estava com o rosto todo avermelhado,
pensou que ela já havia esquecido o ocorrido, levantou-se de súbito, e pediu,
quase implorando.
- Por favor, Vera, eu preciso deste
emprego, não me mande embora. Tenho dois filhos para criar.
Apesar de magoada, era muito
sentimental, principalmente quando se tratava de criança, pensou por alguns
instantes, suspirou fundo, e falou:
- Está bem, eu vou pensar. Agora
pode ir.
Os dois se levantam, mas Vera pede
para que Luciene fique. Marcelo então deixa a sala aborrecido e preocupado.
- O que você pretende com isso Vera?
- Eu? Nada! Eu só acho que não faz
mais sentido vocês trabalharem aqui comigo, na minha empresa!
- Eu sei que você está magoada
comigo, mas nós não tivemos culpa, aconteceu, estamos apaixonados! Eu não posso
mandar no meu coração.
- Tudo bem, eu até te entendo. Mas,
se coloque no meu lugar, como você reagiria?
- Vera, me perdoe
se eu te magoei, mas eu tentei te dizer várias vezes que não estava apaixonada
por você, mas você nunca quis me ouvir... Levantou e caminhou pela sala
buscando palavras amenas para confortá-la e não perder o emprego. Eu não queria
que acabasse assim dessa forma, eu fui covarde, mas estava esperando uma
oportunidade para lhe contar tudo, acredite em mim. Vamos ao menos ser
amigas, por favor!
Diz aproximando-se dela, levando as
mãos em direção dos seus cabelos, porém, Vera recusa seus carinhos.
- É melhor você voltar para o seu
serviço.
- Tudo bem. Concorda sem graça. Ao
menos prometa que vai voltar atrás em sua decisão?
- Eu vou pensar! Agora me deixa
sozinha que eu preciso trabalhar.
Luciene sai da sala e fecha a porta,
Vera debruça a cabeça sobre a mesa e chora baixinho toda a dor de um sentimento
que estava se misturando a um novo que florescia como ódio dentro do seu
coração.
Continua...
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