domingo, 4 de junho de 2017

Felicidade tem prazo de validade.

Já passavam das vinte horas, o salão havia sido aberto para o público, Vanessa se prepara com sua equipe para subir ao palco e animar a noite daquelas pessoas, que buscavam se divertir para esquecerem a rotina do dia a dia.
            A banda de Vanessa chamava-se “Sonhos e Desejos”, e animava o baile de uma casa noturna que estava começando, pertencia a Rogério, um ex companheiro de serviço que deixou a fábrica para arriscar a sorte como empresário da noite.
            Fazia seis meses que ele havia aberto as portas, e estava dando certo, pois todos os finais de semana a casa lotava de gente à procura de diversão, estava sendo conhecida como um dos pontos de encontro das pessoas de todas as idades, e como era amigo de Vanessa, fizeram um trato, ele a ajudaria a comprar todos os aparelhos de som para a banda, e em troca eles tocariam duas vezes por mês sem cobrarem nada durante um ano, além da divulgação que ela teria que fazer através de panfletos, eles não poderiam tocar em nenhum outro lugar.
            Não foi muito difícil aceitar esse acordo, já que um estaria ajudando o outro, e quanto a parte de divulgação, a equipe de “Sonhos e Desejos” trabalhavam duro para divulgarem a banda e se tornarem conhecidos.        
            A maior parte dos funcionários da fábrica freqüentava a casa que tinha como nome, “Adrenalina”. O prédio fora construído especialmente para essa finalidade, fruto de quase dez anos de trabalho, um sonho que ele sempre acreditou um dia realizar, e que hoje vê com olhos de satisfação e prazer.
            Vanessa fica nervosa, sempre que vai entrar em cena, parece até que é a sua primeira vez. Divide o palco com sua amiga Juliana e Dado, seus companheiros de trabalho e de shows, os três revezam no vocal, Charles é o baterista, Clóvis baixista, Claudionor guitarrista, Robson saxofonista e Henrique toca teclado. Já eram amigos quando ela apareceu com a ideia de formar a banda que estava para completar um ano de existência.
            Eram conhecidos apenas pelas pessoas que frequentavam a “Adrenalina”, e pelos amigos que davam a maior força. Não tinha empresário ainda, pois estavam em dívida com Rogério, presos a um contrato.
            Não se arrependem de terem feito contrato com o dono da casa, estavam tão felizes por estarem sendo assistidos por todas aquelas pessoas, que, por alguns instantes nem pensavam em correr cidades para divulgarem o trabalho da banda, ou tentarem contatos com alguma gravadora, mesmo porque eles não se sentiam preparados para gravar um Cd.
            - Precisamos nos aperfeiçoar ainda mais, e nos prepararmos para gravar um CD.
            Vanessa repetia sempre essa frase quando alguém arriscava em falar nesse assunto.
            Antes de entrarem em cena, o grupo se reúne, e de mãos dadas rezam pedindo a Deus para que tudo corra bem durante a apresentação.
            São como uma família, sempre quando querem mudar o repertório, ou até mesmo incluir alguma música nova, se reúnem para discutir o assunto, cada um dá a sua opinião, e só decidem alguma coisa se todos estiverem de acordo.
            E assim, mais uma noite Vanessa passou em claro, mas deu conta do recado, enquanto estava cantando não sentiu sono, para ela é prazeroso estar cantando, vendo as pessoas dançarem embaladas por sua voz que se misturam as notas musicais, ritmadas por versos românticos que ela busca em seus ídolos preferidos.

            Uma verdadeira estrela canta e samba ao mesmo tempo, procura sempre estar perto do público, cantando uma vez ou outra ao redor das mesas de alguns conhecidos, e é conhecida como a “garota da rosa”, pois, sempre que começa a cantar, coloca uma rosa vermelha nos cabelos, acima da orelha, e que já tornou a sua marca registrada.


Continua...
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