Felicidade tem prazo de validade
A HORA DA
VERDADE.
A casa de
Vera estava localizada em um bairro nobre da cidade, cercada por muros altos,
com seguranças por toda parte, morava sozinha naquele sobrado imenso sem ter
com quem dividir aquela mansão em noites quentes ou frias, quando sempre
adentra a madrugada calada em vigília abraçada a solidão que a persegue não
permitindo que a felicidade bata à sua porta, já que Luciene nunca quis ir
morar com ela para não perder sua liberdade.
Seu quarto era o maior da casa, no
banheiro havia uma imensa banheira de hidromassagem onde ela passava a maior
parte do tempo relaxando.
Após um banho demorado, Camélia, a
empregada, bate na porta de seu quarto, ela vai abrir para saber o que a mulher
deseja.
- Desculpe-me dona Vera, é que a
dona Luciene está lá embaixo e quer conversar com a senhora.
Bem no fundo o
seu coração sentiu o deleite de saber que sua amada estava à sua espera, um
frio na espinha lhe percorreu o corpo trazendo um gelo na barriga, mas, não
sabia se era por medo de enfrentar a realidade, ou talvez por não resistir aos
encantos de sua paixão que ainda vagavam dentro de sua alma.
- Diga a ela que eu já vou descer,
obrigada.
Arrumou-se então foi ao encontro de
sua doce amada, Luciene estava de costas para a escada, em pé perto da porta de
vidro que dava acesso ao imenso jardim observando as flores. Antes de descer
alguns degraus, parou e ficou olhando-a, acima do seu ombro podiam-se ver as
rosas vermelhas que oscilavam do lado de fora se misturando com os raios de
luzes que se difundiam por sobre o chafariz, traiu-se por um momento, pois
sentia ainda amor por ela, ao mesmo tempo em que teve repugnância. Desceu as
escadas e falou com desdém:
- O que você quer dessa vez, seja
breve, por favor.
Luciene virou-se, procurando
palavras para justificar os seus atos, mas não conseguiu, fez rodeio, então a
empresária tomou a iniciativa.
- Está bem, vamos acabar logo com
isso. Pediu com a voz firme, mas com o coração em fragmentos.
A moça então falou aos poucos,
sempre com o cuidado para não tropeçar nas palavras, contou toda a verdade,
dizendo que mantinha um romance com Marcelo um pouco mais de um ano, e que
estavam apaixonados, se desculpou pela traição, porém, pediu a ela que não os
mandassem embora da empresa, pois precisava do emprego, e que seria difícil
arrumar outro, devido à crise em que o país se encontrava.
Vera então começou a discutir,
estava ferida, muito machucada por dentro, precisava desabafar, quando se deu
por si, estavam se agredindo fisicamente, Luciene desferiu um tapa em seu rosto
ao ser chamada de leviana. Ela revidou ao ataque, quando tão logo, foi preciso
um dos seguranças separá-las, e retirar a moça da casa.
Vendo que tudo estava perdido, só
lhe restou subir ao seu quarto para chorar sua dor.
Continua...
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